Our friend Paranaguá has become the ICBIE’s most assiduous photo-reporter-tour guide-local historian. We are grateful for his beautiful descriptions of the local sights and scenes. (English translation below)
Um fato me chamou a atenção em Danielle: o seu fascínio pela fotografia! Também gosto desta arte. O vício é tanto que ando com a máquina a tiracolo, fazendo jus ao título de “observador atento”, colocado pelo saudoso amigo jornalista Gerson de Sousa. Entretanto, ele ganhou para mim: não perdeu um lance, um detalhe sequer. A esse respeito, Pietro me fez um comentário: Lembra-se da nossa viagem a Europa? Você queria registrar tudo que via de interessante. Ele faz o mesmo! É verdade, concordei!
No final da tarde do sábado (15), viajei com Pietro e Danielle, atendendo ao meu convite para curtir o fim de semana no sítio em Santo Amaro. Fizemos uma parada de alguns minutos na principal praça da cidade, a fim de que Danielle fotografasse os casarões antigos e a igreja de Nossa Senhora da Purificação, padroeira de Santo Amaro. Ele também conheceu a casa onde mora Dona Canô, mãe dos irmãos Maria Bethânia e Caetano Veloso. Já era noite quando chegamos ao nosso destino. Minha mulher Shirley e as princesinhas Iamani e Irani, fizeram as honras da casa. A recepção foi calorosa! Só faltou a banda de música para receber os convidados!
Domingo bem cedo, Danielle já estava a minha espera para um giro pela área do sítio. Ele ficou impressionado com as variedades de frutas cultivadas (abacate, pitanga, abacaxi, caju, cacau, biribiri, carambola, sapoti, entre outras), além de flores silvestres, cravo e do urucum – um tipo de semente utilizado pelos índios para pintura do corpo e bastante usado como corante em alguns pratos culinários. Após o descanso do café, fizemos um passeio a cavalo pela redondeza. Pietro ficou apreensivo pelo fato de ser a primeira vez que Danielle montava em um cavalo. Nessas situações, procuro sempre manter os animais em marcha lenta durante o percurso, justamente para não provocar dores no corpo do visitante.
No período da tarde, Shirley nos acompanhou na visita que fizemos a Cachoeira e São Félix. Por ser sanfelista, ela teve a incumbência de ser o nosso guia turístico em sua terra natal. Durante o percurso observei que Danielle folheava um livro, não sei bem se era germânico ou italiano, mostrando as páginas com informações e roteiros dos pontos turísticos de Cachoeira que gostaria de conhecer.
Ao descer a serra, a visão é cinematográfica. As duas cidades são separadas pelo Rio Paraguaçu. A ponte de ferro construída por D. Pedro I é o principal acesso que liga as cidades de Cachoeira, São Felix, Maragojipe e Muritiba, além da Região Sul do estado, através da BR-101. A primeira parada em Cachoeira foi na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda. Nesse dia, estava sendo organizado um cortejo religioso para lavagem do adro da igreja. Baianas vestidas com seus trajes típicos, carregando nos braços potes de barro com flores e água perfumada, fiéis e pessoas vindas de outras cidades, aguardavam a banda de pífaros para o início da lavagem. Veja detalhes no www.festadaajuda2008.blogspot.com.br
A próxima parada foi no centro da cidade. Decidimos fazer o circuito a pé, a fim de deixar Danielle mais à vontade para fotografar as fachadas de casarões, igrejas e conventos, valiosas peças da arquitetura de influência barroca que ainda se conserva: Santa Casa da Misericórdia (século XVIII); Capela de Santa Bárbara; Chafariz Municipal (século XIX); Matriz do Rosário; Irmandade da Boa Morte; Convento Nossa Senhora do Carmo, além de outras construções importantes.
Em São Félix, passamos em frente do Centro Cultural Dannemann, fundado em 1989 – A Dannemann S.A. foi criada pelo alemão Gerard Danne, em 1873 – da residência de Hansen Bahia. Visitamos a Fonte Milagrosa de Santa Bárbara, que atrai um grande número de fiéis. O auge das comemorações é dia 4 de dezembro, na Festa de Santa Bárbara. Shirley ainda nos conduziu até um dos pontos mais alto da rodovia que liga a cidade de Muritiba, para um clic da visão panorâmica das duas cidades.
No retorno para Cachoeira encontramos o cortejo embalado pelo ritmo do Axé music, arrastando uma multidão pessoas pelas ruas da cidade. Eu e Danielle aproveitamos para acompanhar o cortejo e captar com as nossas lentes, belas imagens ricas de cores, pessoas e fantasias. Exaustos devido à caminhada e o calor insuportável, fomos ao encontro de Pietro e Shirley, que nos aguardavam em frente a um restaurante, sentados a sombra de uma árvore a beira do cais do Rio Paraguaçu. Pedimos dois tira-gostos: maniçoba, sugestão de Pietro, e carne-do-sol. Shirley me confessou depois que ele queria experimentar a iguaria. Maniçoba é um tipo de culinária do Pará, preparado com a folha da mandioca triturada, temperos, carnes secas e verdes e vísceras dói boi e do porco. Assemelha-se muito com a feijoada completa. Os três degustaram com muito apetite. Como o prato não é o meu forte, escolhi carne-de-sol.
Retornamos para Salvador na segunda pela manhã. Na passagem por Santo Amaro, levamos Danielle para conhecer a feira, um local bastante visitado pelos turistas. Tradicionalmente a segunda-feira é o dia em que os santamarenses aproveitam para fazer as compras. Encontra-se de tudo. É uma atração à parte. Para não perder o hábito, Danielle aumentou o seu acervo fotográfico com as variedades de produtos expostos no local.
O nosso caríssimo Danielle Messina retornou para Frankfurt deixando saudades. Durante a sua permanência em Salvador, mantive contato várias vezes no ICBIE, além de outras oportunidades, conversando diferentes assuntos, inclusive sobre suas viagens. Apesar do pouco domínio da língua italiana (pretendo retornar às aulas com a Professora Marlene), deu para entender muitas coisas. Foi uma experiência muito interessante!
Txt e fotos: JFParanaguá.
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There was one thing about Daniele that caught my attention: his passion for photography! We both love that art. It’s so deep that we always have a camera hanging from our necks, justifying the title of “attentive observer”, a term coined to describe the much missed journalist friend Gerson de Sousa. At any rate, he beat me: he never missed a shot or a tiny detail. In respect to that, Pietro commented to me, “Remember our trip to Europe? You wanted to capture every little thing that was interesting. He’s the same!” That’s the truth, I agreed!
In the late afternoon of Saturday the 15th, I set off with Pietro and Daniele, keeping my promise for a delightful weekend trip to Santo Amaro. We took a stroll for a few minutes in the main square of the city, so Daniele could photograph the old palaces and the church of Santo Amaro’s patron saint, Nossa Senhora da Purificação. He was also able to see the house of Dona Canô, the mother of the siblings Maria Bethânia and Caetano Veloso. By the time we reached our destination, night had fallen. My wife Shirley and the young princesses Iamani and Irani welcomed us to the house. The reception was a warm one! The only thing that was missing was a brass band to announce the arrival of the guests!
Early Sunday morning, Daniele was ready and waiting for me to take him for a tour of the environs. He was struck by the variety of cultivated fruits (abacate, pitanga, abacaxi, caju, cacau, biribiri, carambola, sapoti, among others), as well as the wild flowers, carnations and some urucum – a kind of plant used by the indios for body paint and commonly used as a spice in some recipes. After a coffee break, we took a horse ride around the property. Pietro was worried because it was the first time that Daniele went horseback riding. In that case, I always keep a slow pace for the ride, to avoid any damages to the body of the guest.
During the afternoon, Shirley accompanied us on the visit we made to Cachoeira and São Félix. As a native sanfelista, she had to bear the responsibility of guiding us around her home town. During the excursion, I noticed that Daniele was consulting a book, I don’t know if it was in Italian or German, looking at the pages with information and tourist itineraries to the places that he wanted to see.
As evening fell, the vistas were cinematographic. The two cities are separated by the Paraguaçu river. An iron bridge built by Dom Pedro I is the principal connection between the cities of Cachoeira, São Felix, Maragojipe and Muritiba, on the other side in the southern region of the state, along the BR-101 highway. The first stop in Cachoeira was the Church of Nossa Senhora da Ajuda. On that day, they had organized a religious procession for the washing of the approach to the church. Bahian women dressed in their typical outfits, carrying in their arms clay pots full of flowers and perfumed water, along with worshipers and people from other cities, watched as a band of flutists played for the start of the washing. To see more details: www.festadaajuda2008.blogspot.com.br
The next stop was in the city center. We decided to take a tour on foot, so Daniele could take all the photos he wanted of facades of palaces, churches and convents, worthy pieces of baroque architecture such as the Santa Casa da Misericórdia (século XVIII); Capela de Santa Bárbara; Chafariz Municipal (19th century); Matriz do Rosário; Irmandade da Boa Morte; Convento Nossa Senhora do Carmo, and other important buildings.
In São Félix, we passed in front of the the Dannemann Cultural Center, founded in 1989 — the Danneman company was created by the German Gerard Danne, in 1873 — in the residence of Hansen Bahia. We visited the Fonte Milagrosa de Santa Bárbara, that attracts a great number of pilgrims. The peak of the pilgrimages comes on the 4th of December, the Feast of Santa Bárbara. Shirley helped us to find one of the highest places on the road to Muritiba, for a shot of the panoramic view of the two cities.
On the way back to Cachoeira we encountered a parade that was dancing to the rhythms of Axé music, with crowds of people filling the streets of the city. Daniele and I went along with the throng, capturing beautiful images full of choruses, people and fantasies. Exhausted after the long walk in the insupportable heat, we found Pietro and Shirley, who were in front of a restaurant, sitting in the shade of a tree on a dock along the banks of the Paraguaçu river. We ordered two specialties: maniçoba, suggested by Pietro, and carne-do-sol. Shirley later confessed to me that she wanted to try the delicacy. Maniçoba is a specialty of Pará, prepared with a leaf of chopped cassava, seasonings, dried meats, greens and the innards of ox and pig. It is a lot like a complete feijoada. The three of them devoured it with great appetite. Seeing as the plate is not one of my favorites, I chose the carne-de-sol.
We returned to Salvador on Monday morning. On the road from Santo Amaro, we took Daniele to a market, a place often visited by tourists. Traditionally, Monday is the day that the santamarenses dedicate to shopping. You can find almost everything. It’s a unique attraction. So as not to loose the habit, Daniele added to his mass of photos, with all the varieties of products that were displayed.
Our dear Daniele Messina returned to Frankfurt full of nostalgia. During his stay in Salvador, I saw him a number of times at the ICBIE and other times, and we talked about a lot of things, including his travels. I was hindered by my approximate knowledge of Italian (I intend to return to the classroom of Professora Marlene), and it was hard to understand a whole lot. It was a really interesting experience!
Text and photos: JFParanaguá.