(English translation below)
Século 21, Ano de 2009 no Brasil os filhos dos africanos ainda são tratados como escravos, jogados em senzalas, que são construídas, com o que se tem nas mãos, ou seja lixo, pedaço de tabuas, e lonas velhas, assim também nasceu uma comunidade chamada cidade de plástico, uma ocupação do MSTS, um dado importante é que o mais perigoso para o senhor de engenho é que na escravidão os africanos se rebelaram e criaram quilombos, e com uma dança lutavam, hoje os quilombos são de musica, de tinta e de poesia, capoeira, assim fui entrando mas uma vez em uma comunidade de casinhas, feitas com as mãos, com muitas crianças correndo, nas janelas as mães pretas, pra La e pra Ca, e claro como antes se dizia que os escravos eram animais, e que eles eram feios e os cabelos eram ruins, hoje dizem que ali é violento e tem drogas, e ladrões, pensei nossa eu de novo aqui estava aqui mesmo na semana passada só que em recife, incrível como essa realidade é igual em todos os lugares,mas uq move as pessoas é o contrario é fugi disso é ser livre, e ir pro quilombo assim a semana que precedeu o mutirão social da cdp, eu fui seguindo o caminho ate um dos muitos quilombos daquele lugar, fui no terreiro na casa de mãe preta, uma banda de reggae, que se chama OTERREIRO, de pés nos chão com total contato com a realidade do lugar, eles que foram os donos da festa naquele dia, em que graffiteiros, teatro e poesia, se manifestaram, onde fotos perfeitas se estamparam, onde sorrisos de todas as cores de caras e de todas a idades se apresentaram por todo o dia, assim foi o dia de 28 de novembro, pra finalizar o mês de consciência negra, nada como uma festa dentro de uma senzala, moderna, ou dentro de um quilombo, comemos uq tinha sido imposto antes, comemos a feijoada que hoje é a comida nacional, foi legada pelos negros escravos. De acordo com o relato mais conhecido em todo o país esse delicioso acepipe teria surgido a partir do repúdio dos portugueses pelas partes menos nobres dos porcos, como as orelhas, rabos ou pés, que tendo sido rejeitados, eram então cedidos aos moradores das senzalas, seus escravos.
A alimentação dos escravos, por sua vez, era escassa e composta basicamente por cereais como o feijão ou o milho. A esses elementos básicos eram acrescidos os temperos tão tradicionais na história ancestral dos povos africanos que foram para cá trazidos nos navios negreiros e também a farinha de mandioca.
De posse de todos esses ingredientes comuns em seu cotidiano e reforçados pela irregular doação das partes negligenciadas da carne de porco, teriam os escravos resolvido cozinhar tudo ao mesmo tempo com feijão, água, sal e condimentos como pimentas diversas (sem, contudo, exagerar na dose). Essa prática teria resultado no surgimento da feijoada que, aos poucos, teria deixado o habitat específico dos trabalhadores cativos e chegado as Casas Grandes dos senhores de engenho.
O final do evento foi banhado por um por dó sol maravilhoso nos agraciando com a vista da baia de todos os santos, e a musica que dizia assim,vo na casa de mãe pretaaaaaaaaaaa.
quando: dia 28 de novembro
onde: cidade de plastico periperi salvador
organização: graffiteiros contingente de Salvador ( em especial Iel)
Musica :banda OTERREIRO
comida: Feijao de lenha feita pela propria comunidade
doces: Eliana Muniz
teatro: picola companhia de teatro icbie
poesia: Tito Lama, e Coveiro
fotografias: Charles Ventura
21st century, year 2009, in Brazil the children of Africans are still treated as slaves, tossed into slave barracks that are built with whatever materials are handy, found in the garbage, planks of wood, old tarps, all together giving birth to a community called Plastic City, a squatter’s village occupied by the MSTS (the movement of homeless people). An important fact to remember is that the greatest danger to the slave holders was that the African slaves rebelled and formed runaway communities (quilombos), and with a dance they struggled. Today the quilombos are full of music, of paints and poetry, capoeira, and so once again, I was entering into a community of hand made shacks, with children running everywhere, with the black mothers at the windows, here and there, and sure, just as before they said that the slaves were animals, and that they were ugly and dim in the head, today they say that it is violent here, full of drugs and thieves. I was thinking of that and once again I was here, just like last week, only thinking how this reality is the same in all these places, the people move, they run away to be free, and to go to a quilombo like this. The week before the social mutirão, I was following the path through all the quilombos in the area, in the territory of the black mother, of a reggae band called OTERREIRO, feet on the ground in total contact with the reality of the place, they who were the big attraction of the day, where graffiti art, theater and poetry took place, where perfect photos were taken, where the smiles of all the different colored faces and all the ages were present for the whole day, and thus it was the day of the 28th of November, at the end of the month of Black awareness, nothing like a party inside a modern squatter’s village, or inside a quilombo, where we ate in the same way as we were forced to eat before, eating a feijoada that today is a national dish, although it began with black slaves. Just like it is known in the whole country, this delicious recipe came from all the parts that the Portuguese didn’t want, such as the ears, the tail and the feet of pigs, and which were left to the inhabitants of the shacks, their slaves.
The slaves’ food, in turn, was scarce and composed primarily of cereals, made from beans or corn. To these basic ingredients were added the most traditional seasonings, coming from the ancestral history of the African people who were brought by the slave ships, including manioc flour.
By adding all these common everyday ingredients, reinforced by the odd addition of cast off parts of pork, the slaves decided to cook everything at the same time, with beans, water, salt and spices, such as various peppers (without, however, exaggerating the dose). This is how the feijoada came about, and that, little by little, spread out of the humble homes of the lowly workers and arrived in the big houses of the upper class.
The climax of the day was bathed in marvelous sunshine that glittered across the view of the Bay of All Saints, and the music that accompanied it, as I go to the house of my black mother.
when: the 28th of November
where: Plastic City, on the outskirts of Salvador
organization: the graffiti artists of Salvador (especially Iel)
Music: the OTERREIRO band
food: feijoada, made by the whole community
sweets: Eliana Muniz
theater: the ICBIE theater company
poetry: Tito Lama, and Coveiro
photographs: Charles Ventura